segunda-feira, 15 de setembro de 2014

A VIDA, O UNIVERSO E TUDO MAIS: TEMA DO ROTAROOTS, MODA FITNESS, ORKUT E VIDA LEVE.


OI! Meio sumida, né?
O Rota esse mês colocou como um dos temas disponíveis o ‘stop the beauty madness’ para falarmos sobre, pois bem, andei pensando e vim falar um pouco sobre isso e outras coisinhas além...
Um dos temas também era o nosso amado e falecido Orkut, então eu estava pensando sobre tudo isso e como o mundo era mais leve há alguns anos atrás.

Pense sobre o Orkut, nas comunidades, nos seus amigos, recados, enfim... Tudo que girava em torno e compare com o Facebook. A rede era bem mais leve, descontraída, sem fitagens e essa necessidade de mostrar tudo que faz. E não era só ele, as pessoas no geral eram assim.

Com o Facebook, Instagram e outras redes sociais que focam mais no EU do que no mundo ao seu redor, eu vejo que essa cobrança do estar sempre bonito, magro, bem sucedido e ser interessante aumentar a cada dia mais.
Veja, por exemplo, esse rolo compressor que virou a história de ‘vida saudável’. Um monte de gente inundando as redes sociais pra falar pro mundo que hoje comeu batata doce com frango e correu X km em X minutos e está radiante de feliz, muito mais que você, pobre sedentário que não está por aí compartilhando suas calorias.
Acho que de tudo que envolve essa loucura pela beleza isso é o mais absurdo. Essa necessidade de mostrar para o universo o quanto é saudável, o quanto malha, o que come enfim... o quanto está sendo melhor que o resto mundo (ou acha que está...). 
O que acho pior, o mais deprimente e absurdo é quando vejo essas moças falando que estão ‘jacando’ (existe expressão mais ridícula?) porque comeram um pedaço de bolo, ou um brigadeiro (nem queira saber o que eu comi...). Aí amanhã tem que cortar tudo, né? Tem que malhar o dobro, tem que tirar o carbo... POR FAVOR, GENTE! ACORDEM!
Esse modelo é lindamente vendido por garotas que recebem a marmitinha light em casa para propagandear, que malham de graça com os melhores treinadores, nas melhores academias apenas para vender esse lifestyle inalcançável para mocinhas tontas e ingênuas que acham que vai ser simples assim ter a mesma vida...

Eu malho, como bem, mantenho uma dieta saudável, mas não com esse objetivo. Eu quero viver bem. Quero manter um corpo SAUDÁVEL, viver com uma qualidade de vida melhor, subir uma escada sem morrer e não ficar doente em cada troca de temperatura. Nos fins de semana, eu saio com meus amigos, como de tudo, bebo, me divirto e NÃO ESTOU NEM AÍ PARA DIETA. Eu não vou ser escrava do meu próprio corpo e nem do frango.
Alias, quando eu to afim como qualquer coisa em qualquer dia, mesmo e foda-se.

O duro é que quando você fala esse tipo de coisa o que ouve? ‘Af que recalcada’. Esse é o novo mantra das pessoas. Qualquer coisa que você diz que vai contra a maré é recalque, não existe mais opinião, não existe mais visões diferentes, só existe o recalque até mais que a zoeira.

‘Não curti esse vestido’ – AF, recalque.
‘Achei que aquele sapato ficou meio nada a ver, né? – AF, recalcada.
É tudo assim, quem está fora dos padrões é um ET, e quem critica é uma recalcada. Fica difícil desse jeito, não?

Eu sei que rolou o desafio da maquiagem por aí e tals, mas resolvi pegar nesse ponto porque acho que hoje em dia a maior loucura pela beleza está nisso.
Várias marcas famosas já estão mudando a ditadura da maquiagem e valorizando mais a beleza natural. O ‘nada’ está na moda agora, a cara limpa e real, mas com o corpo não tem sido a mesma coisa.
Fora que, maquiagem é uma coisa mais fácil de conseguir. Hoje em dia existem várias marcas com qualidade em um preço acessível e tutoriais na internet ensinando a se maquiar a perder de vista... Já a vida saudável nem tanto.

Eu vejo essa valorização do fitness da seguinte forma: como eu disse, maquiagens estão mais acessíveis, assim como as roupas que estão mais no ápice da moda e acessórios. As lojas de departamento trouxeram isso rapidamente e com fácil acesso para as pessoas normais. Até mesmo as grifes mais caras estão mais próximas. Hoje em dia o parcelamento a perder de vista já possibilita que, uma garota de classe média que queria muito, possa comprar uma Louis Vuitton, por exemplo, fora que muitas dessas lojas já estão inclusive no Brasil. Mas então o que vai ser o diferencial? Qual vai ser a nova moda que vai destacar e despertar o ~recalque alheio?

E é aí que eu vejo entrar a onda fit. É um meio de ter algo mais difícil e que dá aquele hype de ‘sou foda’. Não é para todos comer orgânico, tirar o glúten, freqüentar as melhores academias, ter o Mizuno fluo mais caro, as roupinhas grifadas e coloridas e por aí vai... Com essa nova moda abriu-se um mundo totalmente novo e com possibilidades infinitas de fitagem, cocotagem e despertar de recalque.
Você até pode ter sua Gucci parcelada, mas e o corpo sarado, você sustenta?

E é aí que eu vejo a insanidade pela beleza e o pior, por um motivo fútil. Aí todas as ~blogueiras famosas começam dietas e treinos da moda, mil #projetos (AFFF) e enfiam na cabeça de todas as garotinhas que elas precisam ser assim também. Você entra no site do Ego e só vê notícias de ‘famosa X exibe corpão na praia’, ‘famosa Y, de férias, não descuida da boa forma’... E cadê ser feliz? Cadê ser do jeito que quiser e não precisar ter uma barriga negativa para ser alguém ok no mundo?

Para mim esse tem sido o pior ponto da loucura pela beleza e só vejo piorar. Claro que o que estou falando é bastante direcionado. Eu sei muito bem que existem pessoas que levam uma vida regrada, mas com outros objetivos. Eu tenho amigos e colegas que levam a vida fitness muito a sério, mas não pelo hype, entendem? É algo que a pessoa gosta e que trás real satisfação a ela.


Claro que tem quem vá dizer: ‘E como você sabe que não trás satisfação para todos?’. 
Bom, eu jamais terei certeza, mas na minha opinião esse desespero para mostrar a todo momento o que come, o quanto corre e as calorias que perdeu significam outra coisa. Basta você olhar no seu Facebook, Instagram e outras redes quanta gente não adora mostrar seu tênis novo, a foto do painel da esteira, o macacão novo, o almoço light e outras infinitas provas de que está inserido no seleto, nem tanto, grupo de pessoas do ‘no pain, no gain’ e do ‘work hard, play hard’. Olhe bem para elas e me diga: de onde você acha que vem a satisfação? De mostrar para o mundo o que faz ou de realmente fazer?

Eu quero para mim uma vida mais leve, sem ter que ser isso ou aquilo. Sem ter que comer batata doce para ser feliz, por isso apoio o #stopbeautymadness e sou fã de pessoas tipo as meninas do 'Projeto que se foda' no Instagram. Vamos ser mais leves e mais felizes!

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